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90% dos internados por Covid em SP não completaram o ciclo vacinal

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90% dos internados por Covid em SP não completaram o ciclo vacinal
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90% dos internados por Covid em SP não completaram o ciclo vacinal

Um levantamento realizado pela Secretaria da Saúde do Governo de  São Paulo mostra que 90,1% dos pacientes internados por Covid-19 em hospitais estaduais não tinham completado o esquema de vacinação com as três doses. O estudo foi feito com base nos dados de 16 serviços hospitalares ligados à pasta na capital paulista, região metropolitana da Grande São Paulo, interior e litoral do estado.

Dos 376 pacientes internados com o novo coronavírus, apenas 37 tinham recebido as três doses da vacina. Outros 202 haviam tomado duas doses, o que representa 53,7% dos hospitalizados pela doença. Ainda conforme o levantamento, 83 (ou 22%) dos pacientes com Covid-19 internados em hospitais estaduais tinham tomado apenas uma dose ou não tinham tomado nenhuma dose do imunizante.

“Os números comprovam que é fundamental tomar as duas doses e mais o reforço para evitar quadros graves entre os infectados pelo novo coronavírus. A vacina segue sendo a melhor forma de se prevenir complicações da doença”, afirma Jean Gorynchtein, Secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

Os dados do levantamento foram coletados nos hospitais estaduais de Bauru, Sorocaba e Américo Brasiliense, no interior do estado, Hospital das Clínicas da FMUSP, Conjunto Hospitalar do Mandaqui, Hospital Metropolitano Santa Cecília, Hospital Estadual da Vila Alpina e Hospital Heliópolis, na capital paulista, Hospital Guilherme Álvaro, de Santos, e os hospitais estaduais de Santo André, Cotia, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Carapicuíba e Diadema.

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Taxa de ocupação é a maior desde julho de 2021

Um levantamento da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), maior Organização Social de Saúde (OSS) do Brasil, que mantém contratos para gestão de hospitais estaduais e municipais aponta que os serviços geridos pela entidade atingiram no último dia 13 de janeiro a maior taxa de ocupação de leitos de internação por Covid-19 desde julho de 2021.

O estudo contempla hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde), a maioria deles no Estado de São Paulo, mas também em cidades como Uberlândia (MG) e Fortaleza (CE), onde há 700 leitos de enfermaria e UTI disponíveis.

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No último dia 13 os hospitais administrados pela SPDM chegaram a 50% de ocupação dos leitos de UTI por Covid e 49% das vagas de enfermaria destinadas ao atendimento de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Foi a maior taxa em cinco meses.

Internações no Rio

De acordo com a Secretaria municipal de Saúde do Rio, 90,7% dos internados na rede SUS da capital não estão com o esquema vacinal completo (incluindo o reforço), e 38% sequer tomaram a primeira dose.

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Como consequência da explosão de casos de Covid-19 provocada pelo avanço da variante Ômicron, o número de solicitações por leitos para o tratamento da doença no Rio de Janeiro chegou nesta segunda-feira ao maior número desde o dia 24 de agosto de 2021, quando o estado enfrentava o pico da variante Delta.


Foram 181 pedidos de internação agora, contra 191 naquele dia, aponta o painel de monitoramento da Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

O indicador cresceu rapidamente no último mês. Entre a semana que antecedeu o Natal, de 18 a 24 de dezembro, e a semana passada, de 9 a 15 de janeiro, o acumulado semanal de solicitações por leito de Covid-19 no estado saltou de 85 para 756, um aumento de 789%.

Fonte: IG SAÚDE

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HIV: Brasil cumpre meta de pessoas em tratamento antirretroviral

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Dados apresentados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério da Saúde revelam que 1 milhão de pessoas viviam com HIV no Brasil em 2022. Desse total, 90% (900 mil) foram diagnosticadas, 81% (731 mil) das que têm diagnóstico estão em tratamento antirretroviral e 95% (695 mil) de quem está em tratamento antirretroviral têm carga indetectável do vírus. 

O boletim epidemiológico HIV/aids mostra, portanto, que o Brasil alcançou uma das três metas globais definidas pela Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) para que a aids deixe de ser uma ameaça à saúde pública até 2030. A entidade fixou as metas popularmente conhecidas como 95-95-95, em que os três índices devem ficar em 95%. 

Homens x mulheres 

Do total de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV no país, 35% ou 350 mil são mulheres e 65% ou 650 mil são homens. Apenas 86% das mulheres foram diagnosticadas contra 92% dos homens. Além disso, 79% das mulheres recebem tratamento antirretroviral contra 82% dos homens e 94% das mulheres têm carga suprimida contra 96% dos homens. 

“De modo geral, as mulheres têm desfechos piores, desde a detecção até a supressão da carga viral”, avaliou o diretor do departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Draurio Barreira. 

Vulnerabilidades 

Entre gays e outros homens que fazem sexo com homens com mais de 18 anos, a prevalência do HIV é de 18,4%, enquanto a média da população brasileira é 0,49%. “Vejam a distância”, destacou o diretor. Entre pessoas que usam drogas, o índice é de 6,9%. Entre trabalhadoras do sexo com mais de 18 anos, 5,3%.  

Novos casos 

Em 2022, o país registrou 43.403 novos casos de HIV. Desses, 73,6% em homens e 26,3% em mulheres. Entre essas mulheres, 63,3% são jovens e têm idade entre 20 e 39 anos. Além disso, 31% do total de novos casos têm ensino fundamental completo, 62,8% são pessoas pretas e pardas e 54,3% são homens que fazem sexo com homens. 

Já os novos casos de aids, fase avançada do HIV, totalizaram 36.753 em 2022, sendo 71,1% em homens e 28,9% em mulheres. Nesse grupo, o nível de escolaridade, de acordo com o diretor, é ainda mais baixo: somente 27,1% das pessoas têm ensino fundamental completo. Além disso, 60,1% são pretas e pardas e 42,3% são homens que fazem sexo com homens. 

“Quando a gente compara as pessoas que vivem em situação de maior vulnerabilidade, pensando pretos, pardos, pobres, periféricos, todas as vulnerabilidades somadas contra os brancos de maior escolaridade, existe uma queda acentuada entre os brancos de maior escolaridade um aumento acentuado nas outras populações mais vulneráveis, formando um x [no gráfico] e mostrando que as vulnerabilidades são determinantes na questão do HIV como de tantas outras doenças.” 

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Tratamento 

Até setembro de 2023, 770 mil pessoas vivendo com HIV estavam em tratamento antirretroviral – 5% a mais que o registrado em todo o ano de 2022. Dessas, 49 mil iniciaram o tratamento em 2023. Atualmente, quase 200 mil pessoas sabem que têm o HIV no Brasil, mas não se tratam. “Estamos conseguindo recuperar essas pessoas para os serviços de saúde”. 

“O grande desafio é combater o estigma e a discriminação, fazendo com que essas pessoas tenham portas abertas, não só nos serviços de saúde, mas dentro das organizações da sociedade civil, para que possam também ajudar a resgatar essas pessoas para o tratamento, assim como para fazer o diagnóstico.” 

Os números mostram que 89% das pessoas brancas diagnosticadas com HIV estão em tratamento, contra 86% das pessoas negras e 84% de indígenas. Além disso, 90% das pessoas diagnosticadas e que têm 12 anos ou mais de estudo estão em tratamento, contra 88% das que têm de oito a 11 anos de estudo e 85% das que têm até sete anos de estudo. 

“É sempre um cumulativo de vulnerabilidade”, pontuou o diretor. 

Mortes 

Em 2022, o país registrou 10.994 óbitos que tinham o HIV como causa básica, contra 11.515 em 2021. Ainda assim, o total leva a uma média de 30 mortes por dia, sendo que 61,7% foram entre pessoas negras (47% pardos e 14,7% pretos) e 35,6% entre brancos. 

Profilaxia pré-exposição 

Uma das formas de se prevenir contra o HIV é fazendo uso da profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual, permitindo ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o vírus. De acordo com o boletim epidemiológico, a PrEP é mais acessada pela população branca (55,6%) em comparação a pessoas pardas (31,4%), pretas (12,6%) e indígenas (0,4%). 

Ao todo, 5.533 novos usuários passaram a utilizar a PrEP até outubro de 2023 – 77% a mais do que o total registrado em outubro de 2022. Atualmente, 73.537 pessoas estão em PrEP no país, um aumento de 45% quando comparado ao ano anterior. Entre os usuários de PrEP, somente 12,6% são pretos, 3,3% são mulheres transexuais, 2% são homens trans, 0,4% são indígenas e 0,3% são travestis. 

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“Uma absoluta prioridade do ministério”, avaliou o diretor Draurio Barreira, ao comentar sobre a PrEP. “Em lugares onde você tem mais pessoas em tratamento pré-exposição do HIV, quando se chega a um nível de pelos menos três pessoas em PrEP para cada caso novo, se tem o início do decréscimo da epidemia. Aqui no Brasil, a gente está chegando próximo. Há lugares que têm três, quatro, seis no máximo.” 

“No dia em que a gente conseguir chegar a seis, a gente vai ter realmente uma epidemia com decréscimo importante. Essa é nossa prioridade absoluta neste momento. Expandir o uso de PrEP e de todas as formas de prevenção, preservativos interno e externos, testagem antes e regular, enfim, todas as formas combinadas para que a gente consiga realmente mudar completamente a curva da epidemia no Brasil.” 

A meta, segundo Barreira, é expandir o uso da PrEP no Brasil em 300%, passando de 73 mil para mais de 200 mil pessoas.

“Mudando desde já aquela recomendação de que só profissionais do sexo, trans ou com vulnerabilidade muito aumentada deveriam fazer PrEP. Hoje, a gente preconiza que quem queira fazer PrEP terá acesso”, ressalta Barreira.

Gestantes com HIV 

O boletim mostra ainda que, em 2022, houve um predomínio de casos de gestantes com infecção pelo HIV, sobretudo entre mulheres pardas (52,1%), seguidas por brancas (28,5%) e pretas (14%). O diagnóstico do HIV em gestantes, de acordo com a pasta, é importante para que medidas de prevenção possam ser aplicadas de forma eficaz e consigam evitar a transmissão vertical do vírus (da mãe para o bebê).  

“A maior parte das gestantes notificadas já é sabidamente HIV positiva antes do pré-natal e, em 2022, essas mulheres representaram quase 60% dos casos. É importante que essas gestantes estejam em uso regular de terapia antirretroviral e tenham suas cargas virais indetectáveis no momento do parto”, reforçou o ministério. 

Em 2022, o uso de tratamento antirretroviral durante o pré-natal foi relatado em apenas 66,8% dos casos. A meta é atingir cobertura igual ou superior a 95%. Já o percentual de gestantes, parturientes e puérperas sem uso de tratamento antirretroviral foi de 13,5%. Em 19,7% dos casos, a informação sobre o uso da terapia foi ignorada. 

Fonte: EBC SAÚDE

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