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Carol Proner: Interesses giratórios

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Carol Proner
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Advogada Carol Proner

O Tribunal de Contas da União (TCU), por meio da decisão do Ministro Bruno Dantas, dá um passo importante para reverter a falta de controle estatal que caracterizou todo o período da Lava Jato e augura uma retomada soberana a respeito de como fazer o combate à corrupção sem descuidar do patrimônio público.

Devemos saudar a importante decisão que assevera o caráter público do administrador judicial em processos de falência e recuperação de empresas em colaboração com o Estado. Esse é o ponto que servirá de apoio para desvendar uma série de questões a respeito dos acordos de colaboração premiada e a relação entre instituições do Estado, empresas investigadas, cooperação internacional e recuperação de ativos.

Quanto ao ex-juiz Sérgio Moro, a escandalosa contratação como advogado da Alvarez & Marçal é o ponto culminante na confusão de interesses. É o descaramento absoluto, destacado por juristas da qualidade de Mauro Menezes, como “troca de favores traduzida na chamada porta-giratória”. Menezes, ex-Presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, resume bem: “(…) o exercício de funções públicas por um agente que, adiante, na iniciativa privada, vem a auferir benefícios das decisões que adotou na esfera pública.” (entrevista para o CONJUR em 21/01/22)

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Torna-se cada vez mais misterioso que Sérgio Moro ambicione o cargo de Presidente da República carregando uma bagagem tão chamativa de malfeitos. Do ponto de vista da porta giratória é, inclusive, pouco inteligente pois arrisca tanto o lado público como o lado privado de suas apostas. Só mesmo a certeza da impunidade justifica o bizarro comportamento do ex-juiz e é também nesse sentido que a decisão do TCU inspira a retomada no sentido da ética pública.

A decisão trilha um caminho para repensar outras regras e procedimentos judiciais: como se deu a contratação de um administrador estadunidense? Por que tantas empresas contrataram a A&M de uma só vez? Houve transparência na contratação? Dado o volume de recursos, quais são as regras atuais para a contratação de administradores judiciais? Por que processos que deveriam ser públicos estão impregnados de regras de sigilo?

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Eis algumas das questões implicitamente postas pelo TCU. Vários países já passaram por situações semelhantes reajustando regras de cooperação internacional de mesma natureza para proteger interesses nacionais. É o caso da França e da Alemanha que sofreram consequências semelhantes pela falta de legislação precavida e defensiva. No Brasil, com a desastrosa experiência da Lava Jato, não será diferente.

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Lula chega ao Rio para cúpula do Mercosul

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Ricardo Stuckert / PR – 21.11.2023

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao Rio de Janeiro para participar da cúpula do Mercosul nesta quinta-feira (7) após visitar a Alemanha e participar da COP28, em Dubai, nos últimos dias. O mandatário ainda aposta em uma “pouco” provável assinatura do acordo com a União Europeia (UE) no encontro que marcará o início do processo de incorporação de Bolívia ao bloco regional.

Nesta quarta (6), os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participam da reunião do Conselho do Mercosul.

Já Lula se reunirá amanhã com os mandatários dos outros três países do bloco – Argentina, Paraguai e Uruguai.

Lula, atual presidente temporário do Mercosul, encerrou na última terça-feira uma visita à Alemanha, onde prometeu trabalhar até o “último momento” para finalizar o pacto com a UE, apesar do veto expressado pelo mandatário da França, Emmanuel Macron.

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“Não vou desistir enquanto eu não conversar com todos os presidentes e ouvir um não de todos”, declarou o petista.

Durante a cúpula, o presidente paraguaio, Santiago Peña, assumirá o comando semestral do bloco e deve avançar na inclusão da Bolívia.

“Espera-se que a Bolívia possa concluir o seu processo de adesão com brevidade e trabalhar com os demais estados partes para definir cronograma de internalização das normas e regulamentos do Mercosul”, diz um comunicado do governo brasileiro.

Fonte: Nacional

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