Internacional
Chile: Presidente Boric anuncia ministérios com maioria de mulheres
Publicado
21 de janeiro de 2022, 10:21

O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, apresentou na manhã desta sexta-feira os nomes dos 24 ministros e ministras que integrarão seu governo, cuja posse está marcada para 11 de março.
O Ministério se notabiliza por ser composto por uma maioria de mulheres, que liderarão 14 pastas, e por integrar partidos da centro-esquerda, incluindo o Partido Socialista (PS), da ex-presidente Michele Bachelet, que não faziam parte da coalizão que elegeu Boric.
A integração da centro-esquerda significa que o presidente terá uma nova aliança, e pode ser explicada pela necessidade de apoio no Congresso. A coalizão Aprovo Dignidade, formada pela Frente Ampla, de Boric, e pelo Partido Comunista, terá 37 deputados, de um total de 155, e cinco senadores, entre 43, no Parlamento que também assume em março.
O Ministério da Fazenda ficará com Mario Marcel, membro do Partido Socialista que estava na Presidência do Banco Central.
A indicação de Marcel tem como objetivo dissipar a incerteza quanto à gestão da economia, considerada um dos principais desafios do novo governo, ao lado da ordem pública. A nomeação de Marcel envia um sinal de estabilidade e responsabilidade aos mercados.
Ao mesmo tempo, interlocutores de Boric afirmam que o novo ministro, que se define como social-democrata, está comprometido com uma ideia de transformação baseada na gradualidade e na responsabilidade fiscal, como defende o presidente eleito.
A neta de Salvador Allende, Maya Fernanda Allende, deputada do PS, ocupará a pasta da Defesa, em uma nomeação de alto valor simbólico.
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A geração de líderes estudantil que militou com Boric no início de sua trajetória política também ocupará pastas importantes. Giorgio Jackson, principal aliado do presidente eleito, comandará a Secretaria Geral da Presidência, responsável pela relação do Executivo com o Congresso. Já Camila Vallejo, do Partido Comunista, será a porta-voz do presidente, liderando a Secretaria Geral do Governo.
A popular sanitarista Izkia Sichel, que não integrava a política partidária até ser convidada por Boric para se tornar a coordenadora de sua campanha no segundo turno, será a ministra do Interior.
Será a primeira-vez que o ministério, um dos mais importantes do governo, será ocupado por uma mulher. A Chancelaria também ficará sob a liderança de uma mulher, Antonia Urrejola, independente e ex-integrante da Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização de Estados Americanos).
Em cerimônia no jardim do Museu de História Nacional, em Santiago, Boric afirmou que os 24 nomes do Gabinete “representam, de forma simbólica, os 19 milhões de habitantes deste país”, e instruiu a sua equipe a começar seu trabalho dialogando com os membros do governo de Sebastián Piñera, de modo a fazer uma “transferência de poder transparente e impecável”.
“Peço que assumam suas tarefas com o maior empenho e responsabilidade, tendo em mente que todas as pessoas esperam que façamos do Chile um lugar mais amigável e humano para se viver, onde a dignidade se torne um hábito”, disse Boric. “Dialoguem, dialoguem, dialoguem. É somente através do diálogo diário e ouvindo a todos que vamos construir este país mais justo ao qual aspiramos.”

Internacional
Cúpula Social do Mercosul defende novo acordo com União Europeia
Publicado
4 de dezembro de 2023, 20:15Neocolonial. É dessa forma que representantes da sociedade civil caracterizaram o acordo com a União Europeia no primeiro dia da Cúpula Social do Mercosul, nesta segunda-feira (4), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O texto-base construído em 2019, depois de mais de 20 anos de negociações, é considerado injusto e desigual, por ter dispositivos que favorecem uma hierarquia nas relações entre sul-americanos e europeus, com prejuízo para os primeiros.
Na mesa de debates realizada à tarde, Raiara Pires, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), defendeu o encerramento das negociações atuais e a construção de um novo acordo em bases diferentes. Um texto que leve em consideração a unidade de saberes populares e acadêmicos e permita um desenvolvimento qualitativo e equitativo entre as nações.
“Em um acordo dessa dimensão, apenas um ano é insuficiente para rever o texto inicial apresentado pelos desgovernos anteriores. Um recomeço seria mais estratégico nessa desigualdade de relação de forças. Nosso poder de barganha precisa ser fortalecido e aprimorado. Trocas entre nações sempre aconteceram, mas não precisam ser feitas de qualquer forma. Podemos assumir posição de soberania e fortalecer esse governo para ter posicionamento altivo”, defendeu Raiara.
Adhemar Mineiro, da Rede Brasileira de Integração dos Povos (Rebrip), tem pensamento semelhante. Na fala durante a Cúpula Social, ele afirmou que o acordo atual inviabiliza a integração dos povos, por ter elementos que favorecem a competição entre os países sul-americanos. E que, portanto, é preciso começar do zero, em vez de manter o texto atual e tentar apenas uma política de redução de danos.
“Os movimentos sociais desse nosso lado do Atlântico e os europeus se aproximaram, porque querem discutir acordos em novas bases, que não sejam só comerciais. Temas de solidariedade entre os povos e de sustentabilidade devem ter prioridade. Então, por que insistir em um acordo que reforça a característica primária-exportadora das economias da América do Sul e não buscar um outro modelo de integração?”, questionou Adhemar.
Participação da sociedade civil
O secretário executivo adjunto da Secretaria-Geral da Presidência, Flávio Schuch, celebrou a retomada do Mercosul Social e a possibilidade de retomar o diálogo direto do governo federal com representantes da sociedade civil. Ele disse que é preciso ampliar os debates sobre temas que afligem governos e povos da América do Sul.
“A possibilidade ou não de um acordo do Mercosul com a União Europeia é diretamente proporcional à possibilidade de oitiva das aspirações da sociedade civil. O presidente Lula tem insistido muito na necessidade de retomar a participação efetiva da sociedade. O acordo de 2019 foi construído em outras bases que não interessam mais ao Brasil. O país quer negociar, mas também é preciso que a União Europeia escute e negocie questões ambientais, da agricultura familiar, das contas governamentais. Não queremos entrar em um acordo que signifique de alguma forma a desindustrialização do nosso país”, disse Schuch.
O embaixador Philip Fox-Drummond Gough, Diretor do Departamento de Política Econômica, Financeira e de Serviços, do Ministério das Relações Exteriores, detalhou alguns pontos que têm sido mais sensíveis para o governo brasileiro nas negociações com a União Europeia.
“Sobre as florestas, por exemplo, estamos insistindo que possamos usar nossos mecanismos para monitoramento de desmatamento. Na parte da política industrial, o foco principal é nas contas governamentais. Achamos que alguns setores tinham que ser excluídos. Um, já aceito pelos europeus, é o setor de saúde. Já tivemos o trauma da covid-19, e nossa conclusão é que deveríamos ter liberdade para políticas públicas na área de saúde. E estamos examinando outros setores para excluir do acordo, como o de tecnologias de rede”, disse o embaixador.
Fonte: EBC Internacional

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