Em entrevista coletiva no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), os delegados do caso de Paulo Cupertino Matias, preso nesta segunda-feira (15) , disseram que através de uma denúncia anônima foi feita uma investigação de dez dias para prender o acusado.
Após a prisão, ele foi encaminhado para o 98º Distrito Policial, no Jardim Miriam, Zona Sul de São Paulo, onde negou o crime.
Segundo o Doutor Wendel, o delegado responsável pela prisão, os policiais fizeram campana em frente ao hotel que o acusado estava escondido em Interlagos, na zona Sul de São Paulo.
Sem dar detalhes sobre a investigação, Wendel declarou que nesta tarde foi confirmada a informação que Paulo Cupertino estaria no hotel e logo foi feita a apreensão.
“Ele estava de máscara e boné, sem celular e sem documentos. Efetuamos a prisão normalmente, ele se entregou e agora está sendo apresentado aqui”, disse Wendel.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Osvaldo Nico Gonçalves, Cupertino ainda falou sobre a filha durante a apreensão, Isabela Tibcherani. “Ele falou que a filha está muito mais feliz agora do que quando namorava com o rapaz”, referindo-se ao ator Rafael Miguel, morto em 9 de junho de 2019.
Segundo o Ministério Público (MP), Cupertino assassinou a família porque não aceitava o namoro de sua filha com Rafael. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que ele atira 13 vezes em Rafael, que tinha 22 anos, e nos pais do ator: João Alcisio Miguel, de 52, e a mãe Miriam Selma Miguel, 50.
Ele afirmou ter participado das mortes e teve sua prisão temporária requerida pela Polícia Civil, mas a Justiça de Atalaia do Norte (AM), que está à frente do caso, indeferiu o pedido.
“Ainda na data de ontem, a referida pessoa foi encaminhada à sede da Polícia Federal em São Paulo para ser formalmente ouvida e prestar esclarecimentos sobre os fatos, mas optou por exercer seu direito constitucional de permanecer calado. Ele permanece em liberdade, tendo em vista que não há indícios de ter participado dos crimes ora em apuração, já que apresentou versão pouco crível e desconexa com os fatos até o momento apurados”, detalhou a PF, em nota à imprensa.
Gabriel Pereira Dantas, de 26 anos, contou que viu quando os executores atiraram nas vítimas e que os ajudou a jogar os pertences delas no rio.
Ele alegou ter pilotado o barco usado pelos suspeitos no crime. No fim da tarde de quinta-feira, ele havia sido transferido para o 77º Distrito Policial para a Polícia Federal.
Bruno e Dom viajaram para o Vale do Javari, entre as cidades de Atalaia do Norte e Guajará, na tríplice fronteira Brasil, Peru e Colômbia, quando desapareceram no dia 5 de junho. A área possui 8,5 milhões de hectares demarcados, sendo a segunda maior terra indígena do país – a primeira é a Yanomami, com 9,4 milhões de hectares.
Segundo a Polícia Federal, a dupla foi perseguida por pescadores ilegais e assassinados. As vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados e enterrados. Três homens foram presos por suspeita de participação no crime:
Dantas alegou à polícia que havia fugido do Amazonas e passado pelo estado do Pará e Mato Grosso, até finalmente chegar a São Paulo. Na nota, a PF afirma que as investigações do caso prosseguem.