Economia
Diretor da Apple se demite após empresa exigir trabalho presencial
Publicado
10 de maio de 2022, 12:20Em grandes empresas, trocas na diretoria geralmente indicam mudança de rumos ou novos planos. A saída do diretor de machine learning da Apple , porém, parece ser bem mais simples que isso. Ian Goodfellow pediu demissão por não concordar com os planos de volta ao trabalho presencial .
Em um e-mail interno, Goodfellow teria dito acreditar fortemente que “mais flexibilidade seria uma política melhor para minha equipe”.
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Com a melhora na situação da pandemia, a Apple está, aos poucos, retornando ao trabalho presencial. A mudança começou em 11 de abril, quando passou a ser exigido um dia por semana no Apple Park. Em 2 de maio, o número aumentou para dois dias. A partir de 23 de maio, serão três idas semanais ao escritório.
Em junho de 2021, funcionários já se mostravam desconfortáveis com a volta ao Apple Park três vezes por semana. Eles diziam estar forçados a decidir: ser parte da Apple ou optar por suas famílias, seu bem-estar e suas condições de fazer um bom trabalho. Com o aumento de casos de COVID-19 em agosto daquele ano, a empresa adiou os planos.
Goodfellow trocou Google pela Apple em 2019
A saída de Ian Goodfellow da Apple pode ter algum impacto nos projetos da companhia envolvendo inteligência artificial. Ele era um dos principais nomes da área no Google até março de 2019, quando deixou seu cargo e se tornou diretor na concorrente.
Ele não foi o único: em 2018, a Apple trouxe John Giannandrea, chefe de IA e busca do Google, para supervisionar o setor na empresa.
Goodfellow é citado como pai das GANs (generative adversarial networks, ou redes adversariais generativas, em tradução livre). Esta abordagem usa duas redes simultaneamente para criar áudios, vídeos e textos. Um exemplo de seu uso são os deepfakes.
Antes do Google, Goodfellow fez doutorado na Universidade de Montreal e trabalhou na OpenAI, instituição sem fins lucrativos fundada por Elon Musk.
Com informações: MacRumors .
Diretor da Apple se demite após empresa exigir trabalho presencial
Economia
Haddad diz esperar acordo do G20 até novembro para taxar super-ricos
Publicado
17 de abril de 2024, 20:31Grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta, a União Europeia e a União Africana, o G20 pode chegar a um acordo sobre a taxação de super-ricos até novembro, disse nesta quarta-feira (17) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em viagem aos Estados Unidos, o ministro disse que o governo do presidente Joe Biden apoia a medida, proposta pelo Brasil, que exerce a presidência do G20 até novembro deste ano.
“Podemos, em julho, e depois, em novembro, soltar um comunicado político com um consentimento dos membros do G20 dizendo que, sim, essa proposta precisa ser analisada, tem procedência e que vale a pena, ao longo de três ou quatro anos, nos debruçarmos sobre ela para ver sobre o que nós estamos falando”, disse o ministro, em entrevista coletiva ao lado do ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire.
Apesar do aparentemente entrosamento, o ministro da Fazenda disse ser necessário que os países do G20 tratem o assunto como prioridade nos próximos anos. Segundo Haddad, é preciso haver coordenação internacional porque a taxação por apenas um país seria ineficaz e criaria conflitos de interesse. “Se algum país achar que vai resolver esse tipo de injustiça sozinho, ele vai ser prejudicado por uma espécie de guerra fiscal entre os Estados nacionais”, advertir o ministro.
Em relação ao engajamento de outros países, Haddad citou o governo do presidente Joe Biden como potencial aliado. “Especificamente, a administração Biden tem dado sinais claros de que algo precisa ser feito [sobre a taxação de super-ricos]. Ou no plano doméstico, ou no plano internacional”, afirmou.
Sobre o Brasil, o ministro da Fazenda disse ser necessária vontade política para que a proposta avance. De acordo com Haddad, o comunicado conjunto do G20 deverá ter três eixos: o intercâmbio de dados entre os países; o apoio técnico da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE); e um prazo curto para implementação das medidas, que mostre o compromisso dos países com a taxação.
O ministro francês Bruno Le Maire disse concordar com a necessidade de aprovação da medida. “Essa é apenas uma questão de vontade política e de determinação política”, declarou.
Endividamento
De manhã, Haddad disse que o mundo pode estar à beira de uma nova crise de endividamento, após os gastos com a pandemia de covid-19 e a alta da inflação no planeta. Em evento do G20 de combate à pobreza e à fome, ele afirmou que nenhum país conseguirá superar o problema isoladamente. Segundo o ministro, a taxação dos mais ricos é essencial para reduzir a dívida.
“As conversas sobre tributação estão explorando formas inovadoras de fazer com que super-ricos paguem sua justa cota de impostos, contribuindo, assim, para ampliar o espaço fiscal adicional para a implementação de políticas públicas contra a fome e a pobreza”, declarou o ministro.
Nesta quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que promove a reunião anual de primavera em Washington, revisou para baixo o crescimento da dívida pública brasileira. Conforme a instituição, a dívida bruta subirá de 84,7% em 2023 para 86,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, contra estimativa anterior de 90,3% do PIB em 2024.
Apesar da desaceleração o FMI recomendou que o Brasil faça um esforço fiscal mais “ambicioso” e corte mais gastos ou aumente a arrecadação. Haddad avaliou como positiva a revisão das projeções.
“O fato de o FMI dizer que nossa dívida está se estabilizando num patamar melhor do que eles supunham inicialmente é significativo, mas o desafio existe. Se tem uma pessoa que nunca negou que temos um desafio fiscal, é este que vos fala”, declarou o ministro.
Agenda
Até sexta-feira (19), Haddad participa da reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, além de promover uma segunda reunião de ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20. Nesta quinta (18), Haddad presidirá a segunda reunião ministerial do G20, às 10h (horário local), também na sede do FMI, e dará uma entrevista coletiva por volta das 13h.
À tarde, o ministro terá uma reunião bilateral com o ministro de Finanças da China, Lan Fo’an. Em seguida, o ministro participará de uma reunião fechada promovida pelo FMI e pelo G20 sobre riscos para a economia global.
Fonte: EBC Economia
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