Economia

Experiência ajudou Brasil a tomar medidas contra inflação, diz Guedes

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O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (21), durante sua participação no Fórum Econômico Mundial, que a inflação será “um verdadeiro problema” para o mundo ocidental, mas que o Brasil, devido às experiências anteriores de convívio e combate a altas taxas inflacionárias, foi mais rápido que outros países no sentido de adotar medidas contra a alta de preços.

A fala do ministro foi feita após participações de autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu, no painel Perspectivas Econômicas Globais, que teve como tema principal a influência da pandemia no aumento dos índices inflacionários.

Na avaliação da diretora de Gestão do FMI, Kristalina Georgieva, é fundamental entender que a inflação está mais alta e persistente em alguns países, e que este é “um problema específico a cada país”. Segundo ela, essas especificidades marcarão o ano de 2022.

“Não será possível manter todas as políticas em todas as partes, o que fará o combate mais complicado em alguns países”, disse Georgieva.

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A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, acrescentou que a autoridade monetária precisa estar atenta “às cifras apresentadas em cada país”, e que em muitos casos a superação e a conservação de empregos foi subestimada, disse ela ao defender atenção a problemas relativos ao mercado de trabalho.

“Na França vemos indicadores específicos como negociações coletivas de salários na qual empregadores e sindicatos levam em conta os índices de inflação. No entanto, em outros países não estamos vendo essas negociações avançarem”, disse Lagarde.

“Estávamos acostumados a níveis baixos de inflação. E agora temos de ver quanto isso vai durar, e vai durar”, acrescentou.

Em seu discurso, o ministro Paulo Guedes disse que “a inflação será um verdadeiro problema para o mundo ocidental”, exatamente por não estarem acostumados a lidar com esse tipo de problema. “O Brasil, devido à experiência trágica prévia com inflação, se mobilizou de forma mais rápida”, disse o ministro.

“Meu medo agora é que a besta está fora da garrafa [nos países ocidentais]. Não acredito que a inflação seja transitória. Penso que os elementos adversos que alimentam a inflação vão diminuir gradualmente, mas não há mais arbitragem a ser explorada pelo ocidente. Penso que os bancos centrais estão dormindo enquanto dirigem. Eles têm de ficar atento porque a inflação será um problema real em breve para o ocidente”, argumentou.

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Referindo-se ao comentário de Lagarde sobre os governos terem de ficar atentos ao que ocorre no mercado de trabalho, Guedes lembrou que, em 2019, o mundo estava, segundo diversas autoridades monetárias em uma “desaceleração sincronizada”.

“Fomos então afetados pela covid-19 e respondemos [no Brasil] de forma a evitar uma grande depressão. Agora estamos de volta à situação de desaceleração sincronizada e avanço de economias. Mas agora a inflação está aí. A questão é saber o quão transitórios são esses fatores”, completou o ministro brasileiro.

Edição: Denise Griesinger

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Economia

Expectativa de vida sobe para 75,5 anos após queda na pandemia

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A expectativa de vida ao nascer no Brasil, em 2022, ficou em 75,5 anos, segundo dados das Tábuas da Mortalidade, divulgados nesta quarta-feira (29), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado que projeta a longevidade dos brasileiros teve uma recuperação parcial no ano passado após dois anos seguidos de quedas em 2021 e 2020, quando a pandemia de covid-19 fez mais vítimas.  

O estudo foi construído com base no Censo Demográfico de 2022, diferentemente dos anos anteriores, em que a expectativa de vida era calculada a partir de projeções populacionais revisadas em 2018, que eram baseadas no Censo de 2010. 

A informação mostra, pela primeira vez, os impactos da pandemia de covid-19 na expectativa de vida do brasileiro, e, com isso, o IBGE também revisou a esperança de vida ao nascer divulgada nos anos anteriores. Os números preliminares apontam que a expectativa de vida em 2020 foi de 74,8 anos, portanto, dois anos a menos do que o estimado anteriormente, de 76,8 anos. Em 2021, ano da pandemia com mais mortes, a projeção foi de de 72,8 anos, ou seja, 4,2 anos a menos que os 77 anos publicados na divulgação passada.

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“A gente fez uma estimativa não prevendo uma crise sanitária que afetasse os óbitos”, explicou Izabel Marri, pesquisadora do IBGE, sobre os números que foram publicados antes da revisão. 

Esperança recuperada

“A esperança de vida de 2022 é como se a gente recuperasse um pouco a esperança de vida em relação ao pior ano da pandemia. Passado o pior ano, com o maior aumento de óbitos do mundo, a gente consegue recuperar um cálculo de esperança de vida ao nascer”, afirma Marri. 

Em relação aos anos pré-pandemia, a revisão do IBGE aponta para as seguintes expectativas de vida: 2019 (76,2 anos), 2018 (76,1 anos), 2017 (75,6 anos) e 2016 (75,3 anos). Portanto, com a revisão do IBGE, a esperança de vida ao nascer em 2022 é a menor desde 2017, excluindo os anos com maior mortalidade durante a pandemia (2020 e 2021) .

Marri acredita que, em 2023, cujos dados sairão apenas em 2024, a expectativa de vida continuará crescendo, recuperando as perdas ocorridas durante a pandemia. “A gente já recuperou um pouco o nível de esperança de vida ao nascer e a gente tende a recuperar um pouco mais no próximo ano”, argumenta a pesquisadora. 

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Sexo 

Em relação aos sexos, a expectativa de vida das mulheres ficou em 79 anos, abaixo dos 80,1 anos de 2019, enquanto a dos homens ficou em 72 anos, taxa também inferior aos 73,1 anos de 2019. 

A probabilidade de morte do recém-nascido – registrada em 2022 – ficou em 12,84 por mil nascidos vivos, acima dos 11,94 por mil de 2019. Entre os homens, a taxa foi de 13,94 (superior aos 12,85 de 2019), enquanto entre as mulheres foi 11,69 (maior que os 10,98 de 2019).

*A matéria foi modificada às 14h para esclarecimento da comparação da expectativa de vida de 2022 com a dos anos anteriores.

Fonte: EBC Economia

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