Desfile de escola de samba no Carnaval de São Paulo
A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) apoiou a decisão da prefeitura de adiar os desfiles das agremiações. Como anunciado na noite desta sexta-feira (21), o Carnaval das escolas de samba da capital paulista e do Rio de Janeiro será no feriado de Tiradentes , em 21 de abril.
A decisão foi tomada com base em estudos epidemiológicos feitos pelas secretarias municipais das duas cidades. “Para a Liga-SP, preservar a saúde e segurança das pessoas envolvidas no Carnaval paulistano é prioridade”, disse a Liga em nota enviada à imprensa para demonstrar “total apoio” à medida.
No texto, a entidade garante aos sambistas que continuará atuando para a realização dos desfiles, ao mesmo tempo que reafirma seu compromisso com as autoridades no combate à pandemia. “Nos encontraremos para celebrar a vida em abril, com a festa da qual tanto gostamos”, aposta a Liga.
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Representantes da entidade participaram da reunião em que as prefeituras definiram o adiamento. O iG também procurou a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) em busca de um posicionamento, mas não obteve retorno.
Medida sanitária
O adiamento leva em conta o avanço da Covid-19 , com a disseminação da variante ômicron no país. Esse contexto, que consiste no rápido aumento de casos de coronavírus e pressão nas unidades de saúde, já culminou no cancelamento do carnaval de rua em ambas as cidades e em outros diversos municípios do país, a exemplo de Salvador, Recife e Olinda.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) o pedido feito pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigado por suposta interferência na operação da Polícia Federal contra o ex-ministro Milton Ribeiro .
O pedido foi feito no âmbito do inquérito do STF aberto após a saída de Sérgio Moro do governo.
No pedido apresentado por Randolfe, líder da oposição no Senado, o senador pede para que sejam tomadas medidas “a fim de evitar interferências indevidas” do presidente e da cúpula do governo.
“Nesse sentido, requeremos a Vossa Excelência, na qualidade de Ministro responsável pela condução do Inquérito 4.831, que tem por objeto a interferência indevida do Presidente da República na Polícia Federal, que tome as medidas cabíveis a fim de evitar interferências indevidas da cúpula do Poder Executivo nas atividades-fim da Polícia Federal, determinando, se for o caso, a abertura de inquérito para apurar a conduta de violação de sigilo e de obstrução da justiça do Presidente Jair Bolsonaro”, diz o pedido.
Na semana passada, durante a Operação Acesso Pago, Milton Ribeiro chegou a ser preso preventivamente e foi alvo de busca e apreensão, além de ter tido o sigilo bancário quebrado, por ordem do juiz federal Renato Borelli. Depois foi solto por decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
A PF já tinha interceptado ligações telefônicas do ex-ministro. Em uma delas, em 9 de junho, ele contou à filha que conversou por telefone com Bolsonaro. Segundo Milton Ribeiro, o presidente disse na época achar que fariam uma busca e apreensão contra o ex-ministro.
O diálogo levou o MPF a apontar houve indícios de vazamento e “possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Bolsonaro nas investigações”. A partir disso, solicitou o envio do caso ao STF, tribunal que pode processar o presidente da República, o que foi autorizado pelo juiz federal Renato Borelli.
No telefonema com a filha, Milton Ribeiro afirmou: “A única coisa meio… hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?”
Depois disse “”Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios né…”.