Pesquisar
Close this search box.

Internacional

UE: líderes se reúnem para dar status de candidata à Ucrânia ao bloco

Publicado

source
Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante encontro em Kiev, em 8 de abril
Ansa

Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante encontro em Kiev, em 8 de abril

Os líderes dos 27 países da União Europeia se reúnem entre esta quinta (23) e sexta-feira (24), em Bruxelas, para dar o status de candidata à Ucrânia, que pediu sua entrada ao bloco após a invasão promovida pela Rússia.

A Comissão Europeia, poder Executivo da UE, já recomendou o início formal do processo de adesão, mas a decisão final cabe ao Conselho Europeu.

“É um momento decisivo para a União Europeia, estou confiante que hoje daremos o status de candidata à Ucrânia e à Moldávia e expressaremos uma forte perspectiva europeia para a Geórgia”, disse o presidente do órgão, Charles Michel, antes do início da reunião dos líderes.

A concessão do status de candidato precisa da aprovação unânime dos 27 Estados-membros, mas, ao menos publicamente, nenhum país expressou contrariedade. Essa etapa, no entanto, é mais simbólica do que prática, e representantes da UE já deixaram claro que a Ucrânia não terá atalhos para entrar no bloco.

O processo de adesão é longo e complexo e exige do candidato a implantação de uma série de reformas políticas e econômicas e a adequação às legislações europeias em todos os âmbitos, incluindo regras sanitárias, regime fiscal, licitações públicas, liberdade de imprensa e independência do poder Judiciário.

Leia mais:  COP: novo documento exclui previsão para eliminar combustíveis fósseis

Prova disso são os outros cinco países que já têm o status de candidato, mas hoje não estão nem perto de ingressar na União Europeia: Albânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia e Turquia.

Áustria, Finlândia e Suécia detêm hoje o recorde de velocidade no processo de adesão à UE: 1.431 dias, ou seja, quase quatro anos. Já o membro mais recente da UE, a Croácia, apresentou sua candidatura em 2003 e só entrou no bloco em 2013.

Bálcãs

A ampliação da União Europeia nos Bálcãs também é tema da reunião de líderes nesta quinta-feira, e a Grécia propôs que o Conselho Europeu estabeleça como prazo para a adesão dos países da região o ano de 2033, o que dá a medida da complexidade desse processo.

A própria Grécia bloqueou durante anos qualquer avanço nas negociações com a Macedônia do Norte por conta da disputa sobre o nome do país balcânico, que só foi resolvida em 2019. Ainda assim, Skopje enfrenta a oposição da Bulgária por causa de uma disputa identitária.

Como a Albânia tem seu processo de adesão ligado ao da Macedônia do Norte, suas negociações com a UE também estão travadas.

Leia mais:  Johnson 'enganou' Parlamento sobre festas na pandemia, conclui comitê

“É uma vergonha que um país da Otan, a Bulgária, mantenha como reféns outros dois países da Otan, a Macedônia do Norte e a Albânia, em plena guerra no quintal de casa e que outros 26 países fiquem parados e impotentes”, reclamou nesta quinta o premiê albanês, Edi Rama, ao chegar em Bruxelas para uma reunião sobre a expansão do bloco nos Bálcãs Ocidentais.

Já o alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell, criticou o princípio de unanimidade que norteia as decisões do Conselho Europeu.

“Hoje deveríamos lançar as negociações com Albânia e Macedônia do Norte, então não posso esconder meu desprazer. Ainda há esperança, mas as coisas não parecem caminhar bem. Precisamos tentar resolver a situação, e isso mostra que a unanimidade é um problema, não dá para seguir em frente com um país que bloqueia tudo”, disse.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o  perfil geral do Portal iG.

Fonte: IG Mundo

Comentários Facebook
publicidade

Internacional

Colômbia propõe garantia de vida a quem perder eleição na Venezuela

Publicado

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta quarta-feira (17) que apresentou uma proposta para garantir a pacificação interna da Venezuela após o resultado das eleições do país, que serão realizadas no dia 28 de julho deste ano. A declaração foi dada ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Bogotá, após encontro bilateral durante visita oficial do brasileiro à Colômbia.

“[A proposta] tem a ver com a possibilidade de plebiscito nas eleições que se avizinham, que garanta um pacto democrático, que garanta para quem quer que perca, a certeza e a segurança sobre sua vida, seus direitos e garantias políticas que qualquer ser humano deve ter em seu país”, disse Petro em declaração à imprensa, sem entrar em detalhes. 

Lula e Petro não responderam a perguntas dos jornalistas. Segundo o colombiano, a proposta já foi apresentada ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e à oposição no país. Além disso, a sugestão também foi discutida com Lula. No mês passado, o presidente brasileiro manifestou surpresa e preocupação com o impedimento de registro de uma candidata opositora à Maduro.

No fim de sua declaração à imprensa, o presidente do Brasil foi questionado por um jornalista sobre as eleições venezuelanas e respondeu de forma indireta à questão. “Posso dizer para vocês que, se depender da Colômbia e do Brasil, esse continente continuará sendo uma zona de paz. Porque somente a paz é que traz progresso, a guerra traz morte e destruição e isso não nos interessa”, afirmou Lula, encerrando a entrevista. 

A agenda de Lula na capital colombiana prossegue com a participação em evento de abertura da Feira Internacional do Livro de Bogotá, que na edição deste ano homenageia escritores brasileiros. Mais cedo, Lula e Petro participaram do Fórum Empresarial Brasil-Colômbia e também tiveram uma reunião bilateral na sede da presidência colombiana, o Palácio de Nariño. Na ocasião, os presidentes e ministros de cada governo assinaram uma série de atos em áreas como comércio, comunicações, desenvolvimento agrário e direitos humanos. Lula retorna ainda na noite desta quarta para Brasília.

Leia mais:  Jornalistas argentinos reagem a fechamento de agência pública

Haiti

De acordo com Petro, na declaração à imprensa, os dois presidentes trataram sobre o agravamento da crise humanitária no Haiti. “Brasil e Colômbia queremos participar de uma saída pacífica ao problema haitiano. Colômbia, através de suas economias ilícitas, golpeou, todos sabemos, a República do Haiti de diversas maneiras e, em parte, tem certa responsabilidade com a desestabilização a república irmã, nossa vizinha do norte. E queremos apoiar um saída que gostaríamos de construir com a República Federativa do Brasil”, afirmou.

A situação de segurança no Haiti piorou nos últimos meses e o país mais pobre das América está assolado por uma guerra sangrenta entre gangues armadas. O conflito já matou milhares de pessoas desde o início deste ano. Com a renúncia do último primeiro-ministro, o país está sem governo e milícias e grupos armados têm invadido delegacias, libertado detentos de penitenciárias e tentam agora tomar o poder.

Amazônia

Outro tema debatido entre os dois presidentes durante o encontro foram as alternativas para a preservação e desenvolvimento de uma economia sustentável na Amazônia. “A selva amazônica foi mais um cenário de distanciamento do que articulação e união [entre os dois países], e não pode seguir sendo assim. Queremos adiantar acordos policiais, militares, sociais e econômicos, que tendam, todos, a preservar um dos três pilares climáticos do planeta Terra, sem o qual essa cidade [Bogotá] não existiria”, afirmou Petro, em referência ao abastecimento de água doce viabilizado pela floresta tropical. Atualmente, a capital colombiana vive uma crise hídrica, com escassez de água para a população.

Leia mais:  Johnson 'enganou' Parlamento sobre festas na pandemia, conclui comitê

Em discurso no fórum de empresários brasileiros e colombianos, Lula defendeu uma parceria estratégica entre os dois países, falou em triplicar o fluxo comercial e citou o novo cenário global em que os países com grande biodiversidade têm uma oportunidade histórica. “Se você quiser discutir a riqueza da biodiversidade, se você quiser discutir a riqueza da concentração de água, se você quiser discutir riqueza da transição energética, se você quiser discutir a transição do futuro, de descarbonização do mundo, quem olhar para o mundo vai ter que olhar para a América do Sul, e quem olhar para a América do Sul não pode deixar de ver Colômbia e Brasil”.

Lula ainda determinou ao chanceler Mauro Vieira que discuta com o governo colombinao formas de desburocratizar e facilitar o comércio, os negócios e os intercâmbios culturais, científicos e tecnológicos entre os dois países.

“A reativação da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral será fundamental para eliminar entraves. A criação de um conselho binacional entre a Confederação Nacional da Indústria brasileira e a Associação Nacional de Empresários da Colômbia representa um passo adicional nessa direção. Assinamos acordos que vão dinamizar a cooperação bilateral nas áreas de turismo, promoção comercial, saúde, desenvolvimento agrário, comunicações e conectividade”, enumerou Lula.

Este é o terceiro encontro entre Lula e Petro, o primeiro presidente de esquerda eleito na Colômbia. Petro visitou Lula em Brasília, em maio do ano passado, durante uma cúpula de presidentes sul-americanos, e ambos ainda se encontraram pouco tempo depois, em julho de 2023, em Letícia, cidade da Amazônia colombiana na fronteira entre os dois países, para um fórum sobre desenvolvimento sustentável da floresta.

Fonte: EBC Internacional

Comentários Facebook
Continue lendo

Mais Lidas da Semana