Weintraub diz que tenta falar com Bolsonaro “há mais de um ano”
O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, publicou nas suas redes sociais na manhã desta sexta-feira (21) que tenta contato – sem sucesso – com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Estou tentando falar com o Presidente mais de um ano…
Na publicação, Weitraub diz que tenta “falar há mais de um ano com ele [Bolsonaro]…”, em resposta a uma seguidora que pedia para o político não cair “na tentação de lavar roupa suja em rede social”. “Liga pro PR [Presidente] e resolve isso”, pediu a apoiadora.
Indicado por Bolsonaro para assumir o cargo de diretor no Banco Mundial – com salário superior a R$ 100 mil mensais -, a situação entre Weintraub e o mandatário não encontra-se boa.
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Recentemente, em uma entrevista para o podcast “Inteligência LTDA.”, o ex-ministro afirmou que o presidente repassou uma informação a seus ministros, em novembro de 2018, que havia a possibilidade de uma ação da Polícia Federal contra seu filho, Flávio Bolsonaro.
“Eu vou contar então uma coisa aqui que eu acho que eu nunca contei em público. Eu tava no governo de transição, estamos falando em novembro, e eu fui chamado em uma sala com pouca gente. Ministros, pessoas assim (…). Aí juntou assim numa mesa comprida e (Bolsonaro) falou: “Seguinte, eu chamei pelo seguinte, tá para aparecer uma acusação, tá pegando esse cara aqui”, apontou para o Flávio, ‘e o governo não tem nada a ver com ele. Se ele cometeu alguma coisa errada, ele é que vai pagar por isso”, afirmou Weintraub.
Mesmo com os desentendimentos, Abraham publicou uma mensagem em respeito a morte de Olida Bolsonaro, mãe do presidente da República – que faleceu na manhã desta sexta-feira. Na publicação, Weintraub diz: “Meus sentimentos ao Presidente Jair Bolsonaro. Sua mãe está com Deus”.
Castro oferece Senado para Crivella desistir de tentar governo do RJ
A disposição do ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) de voltar à cena política, cogitando até uma candidatura ao Palácio Guanabara, despertou uma reação do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que agora tenta atraí-lo para sua chapa à reeleição como candidato ao Senado. Nome do campo da direita com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao estado, Castro teme que Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, conquiste o eleitorado evangélico.
O ex-prefeito formaria mais um palanque para o governador e integraria uma proposta ainda mais conservadora do que a hoje representada pela aliança com Romário (PL) — candidato ao Senado da coligação.
Para evitar que as candidaturas de Castro e Crivella concorram concomitantemente e dividam eleitores, lideranças do PL prometem aumentar o espaço do Republicanos em um eventual próximo mandato do governador, caso o ex-prefeito do Rio desista do Guanabara. Atualmente, o partido ligado à Igreja Universal comanda a Secretaria estadual de Assistência Social e é responsável por nomeações na pasta de Administração Penitenciária.
Fernando Frazão/Agência Brasil
Marcelo Crivella
A proposta encontra amparo na decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que decidiu que partidos de uma mesma coligação podem lançar mais de um candidato ao Senado. No entanto, é vista como uma espécie de traição a Romário, colega de partido do governador.
Mesmo liderando as pesquisas de intenção de votos para o Senado, o ex-jogador não conta com o apoio de membros da chamada ala ideológica do governo Bolsonaro, que defendem o lançamento de uma candidatura que levante a bandeira das pautas de costumes. Para o chamado “bolsonarismo raiz”, o grupo político do presidente seria mais bem representado por Crivella.
Apesar do desejo de concorrer ao governo e de ser bem-visto como um nome ao Senado, Crivella esbarra em resistências internas no Republicanos. No cálculo mais conservador de alguns nomes do partido, uma candidatura do ex-prefeito à Câmara dos Deputados significaria um voo mais tranquilo para Crivella e para o partido, além de garantir um número maior de parlamentares na bancada federal.
Nos bastidores da legenda, o presidente nacional da sigla, Marcos Pereira, tenta controlar as pressões de deputados que contam com os votos amealhados por Crivella e a vontade do próprio ex-prefeito, que não esconde o desânimo com a possibilidade de concorrer a deputado.
Procurado, o ex-prefeito não respondeu aos pedidos de entrevista. Pereira afirmou que, por ora, ainda não há nada definido.
A vaga de vice na chapa de Castro também entrou em discussão diante da tensão entre o governador e Washington Reis (MDB), cotado para o posto. Na última semana, durante a eleição do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), eles seguiram caminhos diferentes, o que fez com que vários partidos oferecessem nomes para a composição.
O próprio Republicanos sugeriu para vice a deputada Rosângela Gomes, enquanto o União Brasil, que aguarda a definição da elegibilidade de seu pré-candidato ao estado, Anthony Garotinho, acenou com Marcos Soares, Fábio Silva e Daniela do Waguinho. Nome que agradava a Castro, o deputado federal Dr. Luizinho (PP) tentará novamente a Câmara e será puxador de votos.
O impasse entre Castro e Reis, no entanto, parece apaziguado. Os dois participaram de agenda na última sexta e reiteraram a parceria.