Saúde
Pesquisa: solidão aumenta em cerca de 30% risco de infarto e AVC
Publicado
5 de agosto de 2022, 14:10
De vez em quando, momentos para si mesmo podem ser agradáveis, mas ninguém gosta de estar sozinho o tempo todo. O ser humano é um ser social, dizem os especialistas, e a ausência contínua de companhia traz diversos impactos negativos para o dia a dia. Esses efeitos na saúde mental são amplamente conhecidos, como o aumento no risco para quadros de depressão.
Porém um novo estudo mostra que o isolamento social e a solidão não afetam apenas o cérebro, como também o coração, elevando o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC) em até 30%.
A conclusão é de um novo estudo conduzido por pesquisadores vinculados à Associação Americana do Coração, publicado ontem na revista científica da organização. Os responsáveis pelo trabalho chamam atenção ainda para como esse impacto pode ser mais significativo em idosos e a chamada Geração Z, jovens adultos que nasceram depois de 1995.
Isso porque uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descreve a geração como a mais solitária, atribuindo o fenômeno ao maior uso de mídias sociais e ao menor envolvimento em atividades pessoais significativas.
Já entre os idosos, os cientistas destacam que fatores como se tornar viúvo e a aposentadoria levam a um maior isolamento, com estimativas apontando para cerca de 22% a 47% dos americanos com mais de 65 anos relatando sentimentos de solidão.
No novo estudo, os especialistas analisaram diversos trabalhos publicados em quatro bancos de dados sobre isolamento social, solidão e o impacto na saúde do coração até julho de 2021.
A professora de medicina clínica e diretora administrativa de equidade, diversidade e inclusão em saúde da Universidade da Califórnia, nos EUA, explica que as evidências mostram de uma forma geral os impactos na saúde, mas são mais sólidas em relação aos efeitos para o risco de doenças cardiovasculares.
“Mais de quatro décadas de pesquisa demonstraram claramente que o isolamento social e a solidão estão associados a resultados adversos à saúde. As evidências são mais consistentes para uma ligação entre isolamento social, solidão e morte por doença cardíaca e acidente vascular cerebral, com um aumento de 29% no risco de ataque cardíaco (infarto) e/ou morte por doença cardíaca, e um aumento de 32% no risco de acidente vascular cerebral (AVC) e morte por acidente vascular cerebral. O isolamento social e a solidão também estão associados a pior prognóstico em indivíduos que já têm doença coronariana ou acidente vascular cerebral”, diz a autora do estudo, em comunicado.
O conceito de isolamento foi definido como ter contato pessoal pouco frequente com pessoas para relacionamentos sociais, como familiares, amigos ou membros da mesma comunidade. Já a solidão foi associada ao sentimento de estar sozinho ou ter menos conexão com os outros do que o desejado.
“Embora o isolamento social e a solidão estejam relacionados, não são a mesma coisa. Indivíduos podem levar uma vida relativamente isolada e não se sentirem solitários e, inversamente, pessoas com muitos contatos sociais ainda podem sentir solidão”, explica a professora.
Em um dos estudos analisados, pessoas que já tinham doenças cardiovasculares, mas estavam socialmente isoladas, tiveram um risco de morte de duas a três vezes maior durante um período de seis anos. Outro trabalho mostrou que adultos que viviam situações de isolamento social, com três ou menos contatos com outras pessoas por mês, tiveram um risco 40% maior de AVC recorrente ou infarto.
Um dos motivos apontados pela nova pesquisa americana é que os cenários levaram a comportamentos considerados danosos para a saúde, como uma rotina com menos atividades físicas, menor consumo de alimentos como frutas e vegetais e aumento no sedentarismo.
Os pesquisadores apontam que alguns estudos que fizeram parte da revisão encontraram ainda uma associação significativa entre a solidão e uma maior tendência ao tabagismo.
Além disso, destacam que as realidades foram ligadas a níveis mais altos de inflamação no organismo, provavelmente consequentes de um quadro de estresse crônico que leva à liberação contínua do hormônio cortisol. Isso é ruim pois ele aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, o que a longo prazo leva a danos no sistema circulatório.
“Há uma necessidade urgente de desenvolver, implementar e avaliar programas e estratégias para reduzir os efeitos negativos do isolamento social e da solidão na saúde cardiovascular e cerebral, principalmente para populações em risco. Os médicos devem perguntar aos pacientes sobre a frequência de sua atividade social e se estão satisfeitos com seu nível de interação com amigos e familiares. Eles devem estar preparados para encaminhar pessoas socialmente isoladas ou solitárias – especialmente aquelas com histórico de doença cardíaca ou derrame – para recursos da comunidade para ajudá-las a se conectar com outras pessoas”, sugere Crystal.
As medidas podem ser de fato efetivas. Alguns trabalhos revisados avaliaram o impacto de estratégias para reduzir a solidão e o isolamento social entre idosos.
Eles descobriram que programas de exercícios e atividades recreativas em centros destinados à terceira idade conseguiram diminuir os índices no grupo que participou do experimento. No entanto, as pesquisas não avaliaram os benefícios secundários para a saúde do coração.
Fonte: IG SAÚDE

Saúde
Complexo da Maré teve letalidade por covid duas vezes maior que o Rio
Publicado
18 de agosto de 2022, 19:10O Complexo de Favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, chegou a ter uma letalidade duas vezes maior que a capital fluminense no primeiro ano da pandemia da covid-19, mas a intervenção de um projeto que reuniu pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ativistas da organização não governamental Redes da Maré atenuou o impacto da doença a partir de setembro de 2020.
Os resultados dos projetos Vacina Maré e Conexão Saúde: De olho na Covid-19 foram apresentados hoje (18) no seminário Olhares sobre a Covid em favelas: ciência, participação e saúde pública, promovido pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.
O virologista Thiago Moreno descreveu em sua apresentação sobre o mapeamento das variantes genéticas do coronavírus que circularam na Maré que, em julho de 2020, as comunidades do complexo já concentravam 93 óbitos por covid-19, o que representava uma letalidade de 15% em relação aos 592 casos confirmados até então.
“A mortalidade era o dobro que a da cidade do Rio de Janeiro. A gente ficou com a nítida percepção de que era importante entender o que estava acontecendo nessa região”, disse Moreno, vinculado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz)
O pesquisador vê as condições de vida no complexo de favelas como fatores que estavam ligados a essa maior letalidade, já que a alta densidade populacional e a baixa renda dificultam o isolamento domiciliar e facilitam a transmissão do vírus. A Maré é um complexo de 16 comunidades com cerca de 140 mil habitantes, distribuídos em apenas 5 quilômetros quadrados.
Agravam a qualidade de vida dessa população problemas de saneamento básico, moradias pouco ventiladas e violência urbana, já que diferentes facções criminosas disputam o território, onde ocorrem tiroteios e operações policiais.
A pesquisadora Amanda Batista, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), participou do Conexão Saúde e comparou dados que mostram a evolução da pandemia no complexo após a intervenção do projeto, que foi responsável pela notificação de mais de 97% dos casos de covid-19 na Maré, já que foram realizados 29,5 mil testes RT-PCR e 5,5 mil atendimentos de telemedicina até abril de 2021.
O período de setembro de 2020 a abril de 2021 teve 124% mais casos notificados que os meses anteriores da pandemia, mostrando uma melhora da vigilância, enquanto os óbitos caíram 62%, e a letalidade, 77%.
Para comparar os dados com outras comunidades cariocas, a pesquisadora mostrou como os números evoluíram no mesmo período na Rocinha, Cidade de Deus e Mangueira. Houve um aumento de menor intensidade nas notificações, de 78%, e uma queda menos acentuada nos óbitos, de 27%, e na letalidade, de 52%.
Entre as ações adotadas pelo Conexão Saúde, além da vigilância, ela destaca a assistência para o cumprimento do isolamento social, em que refeições e itens de higiene e limpeza chegaram a ser fornecidos para que 747 famílias pudessem cumprir a quarentena, interrompendo a cadeia de transmissão do vírus sem comprometer a segurança alimentar.
Diante disso, a pesquisadora defende que a comunidade deve ser envolvida nas respostas de saúde pública às emergências sanitárias, construindo com as autoridades de saúde a solução ideal para cada caso.
“Cada local tem sua peculiaridade. Uma mesma política de saúde não funciona da mesma forma para todos os lugares”, alerta.
Também foram apresentados resultados do projeto Vacina Maré, que promoveu a vacinação contra a covid-19 no complexo de favelas, e obteve taxas de imunização superior à média da cidade e permitiu a realização de estudos de efetividade das vacinas.
Fernando Bozza, pesquisador do INI/Fiocruz, disse que foram acompanhados mais de 5 mil pessoas, e agora os estudos buscam continuar a pesquisa por mais 2 anos, o que permitiria investigar outras doenças.
“Podemos adicionar outras questões e esse é um dos pontos em que hoje estamos pensando muito”, disse. Ele conta com um grupo de voluntários de mais de 3 mil pessoas para os próximos 2 anos de pesquisa. “O ciclo dois é um grande desafio, porque naquele momento havia uma grande mobilização em torno da vacina. A gente ainda está aqui batalhando essa inclusão”.
Na abertura do seminário, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, destacou a parceria da fundação com a sociedade civil e agradeceu o empenho dos pesquisadores e voluntários que integraram o projeto.
“Temos que pensar, sempre, que além de apontar as desigualdades temos que apontar a potência dos movimentos sociais, das parcerias e associações para superar esse quadro e aprender com ele. A experiência da Maré é muito importante para seus moradores e para a Fiocruz”, ressaltou.
Edição: Fernando Fraga
Fonte: EBC Saúde
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