Saúde

Brasil defende ampliação do acesso à contracepção em reunião sobre saúde sexual e reprodutiva do Mercosul

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Sob a presidência temporária do Brasil, representantes dos Ministérios da Saúde de países-membros do Mercosul se reuniram para discutir os principais desafios e oportunidades relacionados às políticas de saúde sexual e saúde reprodutiva. O encontro aconteceu nos últimos dois dias (16 e 17/10), em Brasília, e contou com a participação de representantes da Argentina, do Paraguai e do Uruguai, além de assessores do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).  

Na ocasião, o Brasil apresentou os avanços do Sistema Único de Saúde (SUS) na temática, com destaque à distribuição dos implantes subdérmicos de etonogestrel, também conhecido como Implanon: até 2026, cerca de 1,8 milhão de unidades devem ser entregues em todo o território nacional.  “Os esforços atuais dos governos são voltados à justiça reprodutiva, à incorporação de novas tecnologias para a ampliação do acesso e da autonomia e à construção de estratégias, considerando a diversidade dos Estados”, reforçou a diretora de Gestão do Cuidado Integral do Ministério da Saúde do Brasil, Olívia Lucena de Medeiros. 

Além de abordar a capacitação de médicos e enfermeiros em todas as 27 unidades federativas para a qualificação da oferta do implante, o Brasil também apresentou ações integradas que fortalecem a atenção obstétrica por meio da Rede Alyne e o Programa Dignidade Menstrual – que oferta gratuitamente absorventes para pessoas em vulnerabilidade e prevê ações de educação em saúde menstrual. Ambos são considerados componentes essenciais para a saúde integral e os direitos reprodutivos. 

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Determinantes sociais 

Durante a reunião da Comissão Intergovernamental de Saúde Sexual e Reprodutiva (CISSR), os países destacaram que as desigualdades estruturais e os determinantes sociais em saúde ainda representam um dos principais obstáculos ao avanço das políticas sobre a temática na região. O acesso ao planejamento familiar e a métodos contraceptivos, especialmente os de reversíveis de longa duração (LARC), como o dispositivo intrauterino (DIU) e os implantes subdérmicos de etonogestrel, ainda é limitado, principalmente entre populações em situação de vulnerabilidade social. 

A ampliação da oferta de insumos de saúde sexual e reprodutiva é fundamental para a redução de indicadores como a mortalidade materna, a gravidez na adolescência e as gestações não intencionais. Nesse contexto, o encontro reafirmou o compromisso dos países com a ampliação do acesso à saúde sexual e reprodutiva, por meio da cooperação regional e da troca de experiências bem-sucedidas. Além disso, os países reconheceram a importância da integração de ações de prevenção, testagem e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis (IST), com foco especial no enfrentamento à sífilis e ao HIV, como parte essencial das estratégias de promoção da saúde sexual e de garantia dos direitos reprodutivos. 

Saúde da mulher e do homem 

Durante a reunião, os países reforçaram a importância de fortalecer não apenas a atenção à saúde da mulher, mas também à saúde do homem. No Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres (PNAISM) propõe um olhar ampliado para além do ciclo gravídico-puerperal, reconhecendo as mulheres como cidadãs de direitos e garantindo cuidado integral ao longo da vida. 

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Paralelamente, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) busca promover o acesso da população masculina ao SUS, incentivando o autocuidado e a corresponsabilidade em saúde – aspectos que impactam também suas parceiras e parceiros. 

Cooperação regional e integração  

A retomada da pauta de saúde sexual e reprodutiva pelo Brasil, desde 2023, tem fortalecido a articulação interfederativa e intersetorial no âmbito do Mercosul. Entre os temas em destaque, estão: o intercâmbio de profissionais entre países do bloco; a disseminação de experiências exitosas e iniciativas inovadoras nos serviços de saúde; a possibilidade de compra conjunta de contraceptivos reversíveis de longa duração. 

A reunião reforçou o protagonismo do Brasil no debate regional e reafirmou o compromisso com políticas públicas que garantam o acesso universal, equitativo e integral à saúde sexual e reprodutiva, conforme os princípios do SUS e os compromissos internacionais de direitos humanos e desenvolvimento sustentável. 

Thaís Ellen S. Rodrigues 
Ministério da Saúde 

Fonte: Ministério da Saúde

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Saúde

Ministro da Saúde convoca o Brasil, em rede nacional, para o Dia D de multivacinação amanhã (18)

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Durante pronunciamento em rede nacional na noite desta sexta-feira (17), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, convocou a população para o Dia D nacional de vacinação, que será realizado amanhã, sábado, 18 de outubro, em parceria com estados e municípios. A mobilização integra a campanha com o tema “Vacinar é cuidar de quem você ama — Vacinar é a nossa força” e reforça a importância de proteger crianças e adolescentes menores de 15 anos.

“Não podemos negar aos nossos filhos um direito que nossos pais não nos negaram. É o dia de sair de casa e levar nossas crianças para se vacinar, para que o Brasil volte a ser campeão mundial em vacinação”, afirmou Padilha. Neste sábado, todos os postos de saúde do país estarão abertos, oferecendo mais de 15 tipos de vacinas gratuitamente pelo SUS.

Padilha também ressaltou que o Brasil voltou a ser reconhecido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como país livre do sarampo, resultado de uma ampla mobilização nacional e do fortalecimento do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Depois de seis anos de queda, voltamos a acreditar na vacina e na ciência”, declarou o ministro, indicando a eficácia da vacinação.

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Em seu discruso, o ministro lembrou ainda que o 18 de outubro é Dia do Médico e Dia de São Lucas, padroeiro da medicina, e aproveitou para homenagear os profissionais de saúde. Ele também destacou o avanço em outras políticas do SUS, como a ampliação da mamografia para mulheres de 40 a 74 anos e o fortalecimento de programas como o Farmácia Popular e o Agora Tem Especialistas.

Assista ao vídeo do pronunciamento

Veja os detalhes da mobilização

Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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