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Evento destaca importância da criatividade e inovação no setor público

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Relatos históricos da exigência de uma sentença judicial manuscrita no início do século passado, da anulação de uma sentença por ter sido datilografada na época, do uso de placa de gelatina para impressão, do sistema operacional MS-DOS e da utilização de disquete e pen drive para armazenamento de dados marcaram a abertura da 2ª edição do “CriativAção” na manhã desta terça-feira (23), no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, em Cuiabá. Também destacadas no evento, a revolução do Windows, do armazenamento em nuvem, do lápis infinito e das ferramentas de Inteligência Artificial (IA) confirmaram que grandes transformações ocorrem a todo momento e que é fundamental que a humanidade esteja aberta a novas ideias e formas de atuação. E reforçaram o pensamento de que a tecnologia é uma aliada nesse processo, mas a dianteira é tomada pela criatividade e pela inovação. 

Promovido pela Rede InovaGov-MT, o “CriativAção” ocorre até dia 25 de abril (quinta-feira) com a finalidade de promover o intercâmbio de experiências entre instituições e a capacitação dos servidores públicos, estimulando a multiplicação de ideias inovadoras na cocriação de projetos que contribuam significativamente para melhorias na gestão pública e na prestação de serviços à sociedade. A programação reúne palestra, dinâmicas, jogos e oficinas. Voltada para a construção coletiva de soluções criativas e inovadoras no setor público, a Rede InovaGov-MT é composta pelo Ministério Público de Mato Grosso, Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Tribunal de Justiça (TJMT), Governo do Estado, Tribunal de Contas (TCE-MT) e Assembleia Legislativa (ALMT).

Em nome do MPMT, o coordenador de Tecnologia da Informação da instituição e promotor de Justiça auxiliar da PGJ, José Mariano de Almeida Neto, deu boas-vindas aos presentes e agradeceu a todos que aceitaram o desafio de serem criativos, inovar e “pensar fora da caixa”. “Ser criativo e inovar nada mais é que voltarmos à infância. Sim, o ser humano é naturalmente e biologicamente criativo. Vamos deixar de ser caretas, lembrando sempre que para ser criativo e inovar não é preciso necessariamente buscar algo novo ou ferramentas tecnológicas, mas sim aperfeiçoar fluxos existentes, buscar uma maneira simples de realizar determinada tarefa e copiar o que deu certo, buscando a eficiência do serviço público e a qualidade de vida no trabalho do servidor”, defendeu.  

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José Mariano de Almeida Neto destacou que as ferramentas de IA, como ChatGPT, são o novo smartphone e que as pessoas terão que se adaptar a essa nova realidade que, embora possa trazer muitas respostas, exigirá que as pessoas saibam perguntar. Por fim, enalteceu o trabalho da Rede InovaGov-MT. “É importantíssimo nos capacitarmos, estabelecermos laços e pensarmos em coletivo. Por isso estamos aqui reunidos, cada um com sua experiência, metodologia e fluxo, trocando conhecimentos”, pontuou. 

Para a juíza coordenadora do Laboratório de Inovação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (InovaJusMT), Viviane Brito Rebello, inovação exige coragem. “Não conseguimos inovar acertando sempre. Na verdade, é nos erros que descobrimos a melhor forma de fazer. Mas o importante é ter coragem de fazer a inovação, de fazer diferente, de pensar que tem um jeito melhor de fazer determinada coisa, não necessariamente por meio da tecnologia. Ao inovar no setor público, estamos resolvendo o problema de pessoas que dependem da gente, para as quais a gente trabalha, estamos melhorando a vida das pessoas que trabalham junto conosco e é essa a ideia”, manifestou. 

O juiz auxiliar da presidência do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso e coordenador do Laboratório de Inovação da instituição, Aristeu Dias Batista Vilella, sustentou que para falar de inovação é preciso falar de pessoas, de convivência. “É fundamental frisarmos o papel do ser humano para isso, das mudanças de gerações. Precisamos compreender essa sociedade para que consigamos fazer uma mudança radical, precisamos ouvi-los. A importância disso tudo, os projetos que vêm, acontecem por meio desse contato”, disse. 

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O secretário-adjunto de Planejamento e Governo Digital de Mato Grosso, Sandro Brandão, disse que iniciativas como o evento “CriativAção” estão alinhadas e conectadas com o trabalho desenvolvido pelo Governo do Estado. “Justamente por proporcionar essa visão intraempreendedora, por promover esse plasma cultural que sabemos que é o mais importante para que possamos dar continuidade para todas as iniciativas que desenvolvemos, além de perenidade às políticas públicas. Às vezes achamos que a criatividade e a inovação estão ligadas a coisas grandiosas, que mobilizam multidões, mas na verdade se referem a buscar boas ideias para nos livrar das situações difíceis do cotidiano, esse é o grande desafio”, discorreu. 

Já o superintendente de Governança Digital e Inovação em Práticas Públicas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Washington Silva, mencionou que diversas pesquisas apontam que cerca de 60% dos empregos podem ser impactados pela inteligência artificial. “Tem uma grande revolução acontecendo e nós, do setor público, teremos que nos reinventar, ser flexíveis para repensar as nossas carreiras, o nosso trabalho e a nossa conexão com a tecnologia e com palavras como empreendedorismo, criatividade e inovação. Precisamos desenvolver uma cultura e um ambiente propícios para que pessoas possam ser pessoas e não robôs”, expôs. 

A abertura do “CriativAção” foi transmitida ao vivo pelo YouTube e pode ser assistida aqui

Fonte: Ministério Público MT – MT

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Educação e conscientização são caminhos para o enfrentamento

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A procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela e a defensora pública Rosana Leite Antunes de Barros defenderam, nesta quinta-feira (20), que a educação escolar e a conscientização de vítimas, familiares e de toda a sociedade são os caminhos para o enfrentamento da violência doméstica contra a mulher e para a redução dos índices que colocam o Brasil na quinta posição no ranking mundial dessa prática. Elas foram as entrevistadas do dia do projeto Diálogos com a Sociedade, desenvolvido pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), no estúdio de vidro localizado no Pantanal Shopping, em Cuiabá.A coordenadora do Centro de Apoio Operacional (CAO) sobre Estudos de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e Gênero Feminino do MPMT, Elisamara Portela, argumentou que muitas vezes a mulher não enxerga o risco ou não percebe que está sofrendo violência. “Pensando nisso, o MPMT desenvolveu o ‘Quiz do Respeito’, que está disponível no site do Observatório Caliandra, para auxiliar mulheres a identificar se estão em situação de violência doméstica e familiar e inclusive apontar direcionamentos, como o registro de boletim de ocorrência virtual”, explicou.A procuradora de Justiça também apontou que a mulher precisa ser incitada a entender que está em risco. “E esse papel é de toda a sociedade. Não basta o Ministério Público, a Defensoria Pública, as polícias Civil e Militar alertarem. Precisamos de trabalho nos 142 municípios de Mato Grosso, por meio da educação, de aplicar a lei nacional que cria a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, a ser realizada em março em todas as escolas públicas e privadas de educação básica. É preciso que todos os alunos, de todos os níveis de escolaridade conheçam a Lei Maria da Penha, os riscos do machismo estrutural e as implicações do feminicídio”, expressou.Para a procuradora, o caminho é a educação atrelada à conscientização. “Uma mulher que não tem consciência da violência que sofre não busca ajuda, ela acredita na conversa mole do agressor e perdoa. As meninas precisam ser conscientizadas desde cedo, as mães precisam estar atentas e conversar com suas filhas mulheres, bem como ensinar os filhos homens que agredir ou querer controlar a vida de uma mulher é errado. E isso começa dentro de casa”, decretou, lembrando que o poder legislativo tem feito a sua parte assim como as instituições que integram a rede de proteção, mas que isso não é o suficiente.Elisamara Portela aproveitou a oportunidade para divulgar a cartilha “Namoro Legal”, desenvolvida pelo Ministério Público de São Paulo, que traz dicas para identificar relacionamentos abusivos. Por fim, revelou que sonha com um programa que leve o poder público às comunidades e bairros para conversar sobre violência doméstica e a Lei Maria da Penha. E lembrou que a Organização das Nações Unidas (ONU) tem como meta acabar com a violência contra as mulheres e meninas, que está incluída no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 – Igualdade de Gênero.A defensora pública Rosana Leite reforçou que as políticas públicas ainda não caminham como deveriam. “A Lei Maria da Penha completa 19 anos em 2025 e ainda não é cumprida como gostaríamos, na integralidade dessas políticas. Não temos, por exemplo, a violência contra a mulher dentro dos currículos escolares. Nós, pais, precisamos trazer as informações para os nossos filhos já que não conseguimos isso na educação. E a educação é a chave para que as crianças aprendam, desde cedo, a como tratar e como serem tratadas”, enalteceu.A coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública frisou que a sociedade precisa dar crédito à palavra da mulher vítima de violência. “Esse é um grande desafio, as mulheres ainda são desacreditadas nas suas vivências e, por isso, muitas delas não buscam o poder público para narrar a violência que estão sofrendo. Então é preciso que toda a sociedade dê crédito à palavra das mulheres. Quando se fala em violência contra a mulher, não precisamos ter dúvidas porque as estatísticas estão aí a nos mostrar quem é a vítima e quem é o agressor”, salientou.Rosana Leite abordou também a importância de a vítima, familiares e amigos estarem atentos aos sinais como mudança de comportamento da mulher ou até a maneira de se vestir. “É um desafio fazer com que a mulher se enxergue como vítima por conta do machismo estrutural, da cultura do estupro que permeia a nossa sociedade. E aí o feminicídio acontece após outros delitos como ameaça, lesão corporal. Precisamos estar atentos aos sinais de um relacionamento tóxico e abusivo”, considerou.A defensora pública acentuou que o Pacote Antifeminicídio (Lei nº 14.994/2024) foi uma resposta legislativa à sociedade em razão do alto índice de assassinato de mulheres. “Essa resposta foi importante, mas penso que a mudança na norma, no que diz respeito à pena, não resolve a nossa situação. Temos que trabalhar a educação no país. Porque o homem não pensa na pena quando tem a sanha de assassinar uma mulher. Quando falamos em punição, temos um Código Penal recheado de penas duras e pesadas, mas precisamos pensar mesmo na educação, em quebrar paradigmas”, afirmou.As entrevistas do projeto Diálogos com a Sociedade seguem até o dia 11 de abril, das 14h às 15h, no estúdio de vidro localizado na entrada principal do Pantanal Shopping, com transmissão ao vivo pelo canal do MPMT no YouTube. A iniciativa é viabilizada por meio de parcerias com empresas privadas. São parceiros do MPMT nesta edição o Pantanal Shopping, Rádio CBN, Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Unimed Mato Grosso, Bodytech Goiabeiras e Águas Cuiabá.Assista aqui à entrevista na íntegra.

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Fonte: Ministério Público MT – MT

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