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Juíza e juiz de Cuiabá lançam livros sobre temas sociais e ambientais no contexto jurídico

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Dois livros escritos por um juiz e uma juíza do Poder Judiciário de Mato Grosso serão lançados na tarde desta quarta-feira (24 de abril), no auditório Gervásio Leite, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). As obras abordam temas sociais e ambientais no contexto jurídico e são resultado das dissertações apresentadas como conclusão do mestrado ofertado pelo TJMT em parceria com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
 
A juíza Tatiana Colombro, do 8º Juizado Especial Cível de Cuiabá, escreveu o livro “O impacto das decisões judiciais nas catástrofes e nos desastres ambientais: uma análise do caso paradigmático de Brumadinho”. No livro, a autora observa o impacto das decisões judiciais acerca dos desastres e catástrofes ambientais no Brasil visando sua efetividade e, com isso, a redução da violação aos Direitos Humanos.
 
A pesquisa focou nas respostas do Poder Judiciário junto ao caso de Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro de 2019, em Minas Gerais (MG). O desastre foi causado pelo rompimento de uma barragem controlada pela Vale S/A., causando a morte de 270 pessoas e devastando a cidade e o meio ambiente da região. O desastre é considerado um dos maiores da mineração do país, depois do rompimento da barragem de Mariana, outra cidade mineira.
 
A obra é o resultado de uma pesquisa bibliográfica, documental e jurisprudencial que, dividida em três capítulos, analisou tratados e convenções internacionais para chegar ao controle de convencionalidade e à legislação relativa ao tema meio ambiente, barragens e mineração.
 
O juiz do 3º Juizado Especial Cível de Cuiabá, Jeverson Luiz Quintieri, autor de outros títulos, faz o lançamento do seu mais novo livro “O tempo razoável do processo no contexto da violência doméstica e familiar”. O tema vem sendo discutido pelo Judiciário Brasileiro para que soluções sejam encontradas a fim de que o tempo de acesso das vítimas de violência doméstica e familiar às medidas protetivas de urgência seja reduzido.
 
Atualmente, em menos de duas horas, é possível ao Poder Judiciário de Mato Grosso realizar a concessão de medidas protetivas de urgência às mulheres vítimas de violência, mas no Brasil, o prazo máximo estipulado em lei é de até 48 horas.
 
Quintieri é especialista em Direito Penal e Processual Penal é autor de dois métodos de gestão judiciária: método ORDEM e MEECP, além de palestrante e professor de Direito.
 
A publicação dos livros é Grande Editora.
 
Marcia Marafon
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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Adolescente obtém guarda compartilhada após anos vivendo com avós em área rural de Confresa

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Um atendimento que começou com a simples intenção de emitir uma nova identidade mudou o rumo da história de uma adolescente de 14 anos que vive com os avós em uma região rural da Agrovila de Jacaré Valente, em Confresa (1.027km de Cuiabá). Durante a 7ª Expedição Araguaia-Xingu, ação do Poder Judiciário de Mato Grosso em parceria com diversas instituições, Talissa Silva Andrade conseguiu a formalização da guarda com os avós paternos, Maria das Dores Ferreira e Lauro de Andrade, com quem ela vive desde os seis anos de idade, em razão do fato de seu pai, Mauro Saviano de Andrade, trabalhar em uma fazenda em um local afastado.

Ao apresentar os documentos no posto de atendimento, foi identificado um entrave. Isso porque, embora morasse com os avós, a guarda constava exclusivamente em nome do pai, o que impedia a emissão do RG e dificultava atos cotidianos como matrícula escolar, autorização médica ou assinatura de documentos.

A técnica judiciária da 2ª Vara de Porto Alegre do Norte, Samara Coelho de Souza, voluntária na expedição, e que atuou junto ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), relatou que o caso exigiu, além de orientação técnica, escuta e mediação. “A avó não tinha autonomia legal para representar a neta. A adolescente dependia da presença dos pais para qualquer procedimento. A expedição permitiu transformar a realidade familiar em segurança jurídica”.

Samara então orientou que a família entrasse em contato com o pai da adolescente, que trabalha em uma fazenda na região e compareceu ao local. Com todos presentes, e com o apoio integrado do Poder Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público, Receita Federal e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), o procedimento foi conduzido de forma completa e imediata. O pedido de guarda compartilhada entre o pai e os avós foi formalizado. Com residência fixa da adolescente com os avós, a medida dá autonomia para que eles possam representar a neta em decisões escolares, médicas e de rotina.

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Para Talissa, a sensação é de plenitude. “Agora está tudo certo. Estou feliz”. Para a avó, a presença da Expedição marcou positivamente a vida da família. “Se não fosse essa Expedição, a gente ia ficar indo e voltando da cidade. Aqui, resolvemos tudo em um só lugar”. Além desse encaminhamento, Talissa saiu da expedição com RG, CPF e documentação regularizada em poucas horas.

Acesso que muda vidas – A técnica judiciária Samara explica que o caso não é isolado. Em zonas rurais, onde comunidades estão separadas por dezenas de quilômetros de estrada de chão, a falta de documentação básica impede o acesso a serviços públicos considerados essenciais e benefícios sociais. “Aqui ouvimos muitas vezes: ‘Eu não consigo nem aposentar porque não tenho documento’. A expedição traz o que essas pessoas não têm, que é o acesso”.

Além desse atendimento, dezenas de outros foram registrados em Jacaré Valente, levando cidadania, direitos e dignidade a comunidades de difícil acesso no interior do estado. Raiane Souza, moradora de uma comunidade localizada a cerca de 20 km da Agrovila, levou a filha Ana Lis, de 4 meses, para atualizar a caderneta de vacinação e aproveitar consultas médicas oferecidas no local. “Aqui conseguimos fazer tudo de uma vez. Na cidade é mais difícil, às vezes o sistema cai e pedem muitos documentos. Hoje resolvemos vacina, consulta e até documentos”, contou.

Para ela, a presença da equipe evita deslocamentos longos e garante atendimento completo. “Facilitou demais. Se não fosse a expedição, seria muito mais complicado”.

Programação – A Expedição segue nesta sexta-feira (07) rumo ao Distrito de Espigão do Leste, em São Félix do Araguaia (1.060 km de Cuiabá). Lá, durante os dias 08 e 09 de novembro, os atendimentos serão na Escola Municipal Alberto Nunes da Silveira. Depois disso, nos dias 11 e 12 de novembro, a Expedição atenderá na Escola Municipal Vereador Valdemiro Nunes de Araújo, no Distrito Veranópolis, de volta a Confresa (1.027 km de Cuiabá). Em todos os locais, o horário de atendimento será das 8h às 11h30 e de 13h às 17h.

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Parcerias – A Expedição é liderada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, com participação direta do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) e do Juizado Volante Ambiental (Juvam).

A realização da iniciativa só é possível graças a uma grande articulação institucional que reúne Defensoria Pública, Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Ministério Público do Estado, Politec, Justiça Federal, Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Polícia Judiciária Civil (PJC), Companhia de Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Saúde (SES), Secretaria de Educação (Seduc) e Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Somam-se ao esforço conjunto a Receita Federal, Caixa Econômica Federal, INSS, Assembleia Legislativa, Exército Brasileiro e as prefeituras das localidades atendidas, além do apoio de empresas parceiras, como Aprosoja, Energisa, Paiaguás Incorporadora e Bom Futuro.

Acesse mais fotos da Expedição no Flickr do TJMT

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Autor: Talita Ormond

Fotografo: Alair Ribeiro

Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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