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Portaria do MCTI estabelece normas para centros de supercomputação

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O Diário Oficial da União publicou, nesta terça-feira (30), a Portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) nº 9.445/2025, que disciplina o funcionamento e a operacionalização do Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Sinapad), instituído pelo Decreto nº 5.156, de 26 de julho de 2004. 

A portaria estabelece normas para gerir a estrutura nacional de supercomputação, regular o uso compartilhado da infraestrutura e articular o sistema entre universidades, institutos de pesquisa e entidades públicas e privadas. Segundo o texto, o Sinapad passará a operar sob critérios definidos pelo Conselho Diretor do sistema, vinculando novos centros computacionais conforme requisitos técnicos e institucionais. 

Ao comentar a publicação, a ministra do MCTI, Luciana Santos, destacou que a medida fortalece a infraestrutura de pesquisa do País e amplia as condições para inovação. “A nova norma marca um passo decisivo para consolidar a infraestrutura de alto desempenho no País, dando previsibilidade e ampliando o acesso à computação avançada para todo o sistema de ciência e inovação”, afirmou. 

Entre as disposições mais relevantes, a portaria define que centros interessados em integrar o Sinapad devem comprovar capacidade computacional adequada, equipe técnica, conexão à rede e-Ciência ou à rede Ipê da RNP e reservar no mínimo 25% de sua capacidade para uso externo. O documento também prevê a possibilidade de cobrança por uso para custear operação e atualização. 

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Ainda segundo a ministra, o texto garante maior integração entre os centros e democratiza o acesso ao processamento de alto desempenho. “Ao mantermos critérios claros e exigirmos interoperabilidade e governança conjunta, favorecemos não só a qualidade técnica, mas a equidade entre instituições de todas as regiões do Brasil”, completou. 

A norma ainda cria o conceito de Centros Nacionais de Processamento de Alto Desempenho (Cenapad-IA). Essas estruturas poderão oferecer serviços de inteligência artificial ao ecossistema de CT&I, desde que atendam diretrizes similares às previstas para centros tradicionais. Após aprovação pelo Conselho Diretor, os nomes dos centros designados serão publicados no site oficial. 

Na avaliação do diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital (DECTI), do MCTI, Hugo Valadares, a portaria representa um avanço na governança do sistema e cria condições para ampliar a cooperação entre instituições. “O novo marco fornece instrumentos para que os centros de alto desempenho possam crescer em articulação, com segurança, compartilhamento e políticas estratégicas coordenadas”, explicou. 

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Com a portaria entrando em vigor na data de sua publicação, a expectativa é que o sistema passe a operar sob novo modelo já nas próximas reuniões do Conselho Diretor — cujo funcionamento e composição também são definidos no texto legal. 

O colegiado será presidido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital (Setad) e contará ainda com o diretor-geral do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o diretor-geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e um representante escolhido entre os pesquisadores líderes das instituições que integram o sistema, com mandato de um ano. A secretaria-executiva ficará a cargo do LNCC. 

O Sinapad é uma rede nacional de centros de supercomputação distribuídos geograficamente, com atuação integrada sob coordenação do MCTI. Originalmente previsto para instituições federais, ele reúne os Cenapads em universidades e institutos de pesquisa e visa disponibilizar recursos de computação e armazenamento de alto desempenho sob demanda. 

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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Especialistas debatem cultura oceânica e crise climática na Casa da Ciência do MCTI

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A importância da proteção do oceano para combater as mudanças do clima foi tema nesta sexta-feira (14) do painel Ciência e Cultura Oceânica como Agentes de Transformação para a Crise Climática. O debate foi realizado na Casa da Ciência, espaço do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sediado no Museu Paraense Emílio Goeldi durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP30), em Belém (PA).

O painel foi moderado pelo diretor do Departamento de Programas Temáticos da Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos (Seppe) do MCTI, Leandro Pedron. Segundo ele, a cultura oceânica precisa englobar uma série de temas e públicos para atingir os objetivos de preservação dos mares.
“Não tem como dissociar o oceano dos debates sobre a crise climática. Isso tem ficado cada vez mais claro. Quando a gente fala de oceano, não podemos deixar de falar sobre cultura, governança, interconexão. A Década da Ciência Oceânica vem respondendo uma demanda sobre isso”.

No Brasil, o MCTI é o representante científico na Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da Unesco e é responsável pela implementação da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A iniciativa das Nações Unidas busca cumprir os compromissos da Agenda 2030 com foco no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14: Vida na Água. 

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O pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ronaldo Christofoletti afirmou que a proteção dos oceanos envolve uma união entre os cientistas e a população para gerar conscientização e mudanças de comportamento em torno dos oceanos. 

“A Década da Pesquisa Oceânica vem de um formato de pensar a participação dos demais setores da sociedade não como usuários da pesquisa, mas membros que constroem a pesquisa junto com os pesquisadores. Isso traz os conhecimentos dos povos originários e povos tradicionais, o que por si só já é uma provocação para a ciência”, disse.

O painel também demonstrou projetos desenvolvidos pela Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em torno da preservação do oceano, educação ambiental e a economia azul, que é o uso sustentável dos recursos marinhos. 

Entre as principais iniciativas do MCTI para valorizar a cultura oceânica no Brasil estão o lançamento da Conferência da Década dos Oceanos, marcada para 2027, no Rio de Janeiro (RJ), e o programa Currículo Azul, protocolo assinado com o Ministério da Educação para incluir a cultura oceânica no currículo escolar nacional. Em 2023 o ministério criou o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (Inpo), uma organização social com o objetivo de ser referência nos estudos sobre oceano no Brasil. 

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Casa da Ciência  

A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paraense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Até o dia 21, ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral. Veja a programação completa

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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